sábado, 8 de agosto de 2009

Afronta para com a base da sociedade deste nosso país e ato de injustiça

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Demolição da sede da Upes termina na delegacia

Segundo a Polícia Militar, duas pessoas ficaram feridas e outras duas foram levadas à delegacia07/08/2009 13:40 Célio Yano atualizado em 07/08/2009 às 18:19

A sede da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), uma casa localizada na esquina das ruas Marechal Mallet e Manoel Eufrásio, no bairro Juvevê, em Curitiba, foi demolida na manhã desta sexta-feira (7), em meio a um protesto de membros da entidade que terminou em tumulto. Segundo a Polícia Militar (PM), duas pessoas ficaram feridas e dois homens tiveram de ser levados para a delegacia. As quatro pessoas prestaram depoimento no 4.º Distrito Policial, no bairro Boa Vista, e foram liberadas em seguida.
A confusão começou no início da manhã, quando dois representantes de uma empreiteira que afirmam ser proprietários do imóvel chegaram ao local com um oficial de Justiça para cumprir mandado de reintegração de posse. Os próprios estudantes admitem que o terreno, que pertencia à Upes, foi vendido em 1995, mas alegam que o negócio foi feito de forma irregular.
Segundo Rafael Clabonde, presidente da Upes, uma antiga gestão do movimento aproveitou uma brecha nas normas da entidade e negociou o prédio de forma irregular. “Criaram um congresso fantasma no qual o estatuto da Upes foi alterado”, afirma. “Nossas regras não permitem a venda do imóvel, mas ele foi comercializado pelo preço irrisório de R$ 7 mil na época”.
A entidade pede a posse da sede na Justiça por usucapião, já que ocupa o terreno desde 1950, segundo Clabonde. Em junho de 2008, uma tentativa de reintegração de posse terminou sem sucesso após negociação do proprietário com os estudantes.
Conflito
Ele conta que a Upes não chegou a ser informada da decisão judicial e que os estudantes só ficaram sabendo do que consideram a invasão do terreno porque vizinhos do imóvel os avisaram. “Chegaram aqui por volta das 5 horas da manhã, quando não tinha ninguém, com um caminhão e vários funcionários para retirar tudo”, afirma.
O impasse durou quase toda a manhã e terminou com a retirada de todos os móveis e objetos do prédio e com a destruição de parte das paredes do imóvel. Segundo o presidente da Upes, todo o material foi carregado no caminhão e seria levado até um depósito no bairro Hauer.
Para impedir a saída do caminhão, os militantes chegaram a se colocar na frente do veículo. Por volta das 11h45 a Polícia Militar (PM) foi acionada por conta de um conflito que se iniciou entre as duas partes. Segundo registro da sala de imprensa da PM, dois estudantes que teriam ficado feridos e os dois representantes da empreiteira foram encaminhados ao 4º Distrito Policial, no bairro Boa Vista, para prestar depoimento. Todos foram liberados no início da tarde.
Audiência
Um dos estudantes agredidos teve ferimentos no rosto. “Todos assinaram Termos Circunstanciados que serão encaminhados para o Juizado Especial. No dia 25 de setembro será feita uma audiência do caso. Eles foram ouvidos aqui na delegacia e liberados. Ninguém ficou preso”, explicou o delegado Maurílio Alves, que não soube dizer qual o nome da empresa que fez a demolição da antiga sede da Upes.

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